Na entrevista coletiva de quinta-feira do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, aprendemos que Yevgeny Prigozhin, o chefe do Wagner, não é visto em público desde 24 de junho e parece estar em uma situação delicada.
Lukashenko deixou claro que há uma grande distância entre ele e Prigozhin, reforçando que Prigozhin e seus mercenários não estão na Bielo-Rússia e é incerto se eles algum dia irão se estabelecer lá. “Ele está em São Petersburgo. Talvez ele tenha viajado para Moscou ou outro lugar esta manhã”, respondeu Lukashenko a uma pergunta da CNN, assegurando que Prigozhin não estava atualmente no território bielorrusso.
Por fim, em relação às afirmações de que Lukashenko havia negociado um acordo para acabar com uma possível insurreição de Prigozhin na Rússia no mês passado, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esclareceu que tal acordo só foi possível porque Prigozhin e Lukashenko já se conhecem pessoalmente há cerca de duas décadas.
Na quinta-feira, Alexander Lukashenko, o presidente bielorrusso, destacou que Vladimir Putin tem uma amizade mais longa com Yevgeny Prigozhin, chefe do Wagner, que dura cerca de 30 anos, significativamente mais longa do que a dele. No entanto, apesar dessas ligações passadas, parece que nenhum dos líderes tem grande interesse em estreitar laços com Prigozhin agora.
Uma das principais fontes de tensão entre Prigozhin e o Ministério da Defesa russo tem sido a insistência do último para que os mercenários de Wagner assinem contratos com o governo russo, algo que Prigozhin se recusou a fazer. Lukashenko, por sua vez, salientou que, caso os mercenários de Wagner se instalem na Bielo-Rússia, eles serão obrigados a firmar contratos com o governo bielorrusso. “Se eles decidirem se estabelecer na Bielo-Rússia, faremos um contrato com eles”, afirmou.
Logo após as declarações de Lukashenko confirmando que Prigozhin estava na Rússia e não na Bielo-Rússia, a mídia estatal russa divulgou imagens de uma operação policial na casa e escritório de Prigozhin em São Petersburgo. As imagens foram descritas como “escandalosas” pelos apresentadores e mostravam uma coleção de itens que supostamente pertencem a Prigozhin: estoque de ouro, dinheiro, perucas, armas e vários passaportes sob diferentes pseudônimos.
