Por que Socotra é uma ilha condenada?
Socotra, uma ilha do Iêmen, é reconhecida por suas espécies exclusivas e paisagem singular que remete a um filme de ficção.
Sendo Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2008, hoje a ilha é gerenciada pelo Conselho de Transição do Sul, uma organização separatista apoiada pelos Emirados Árabes.
A ilha tem história marcante com descobertas de artefatos da idade da pedra e teve papel crucial como ponto de referência nas navegações no primeiro século depois de Cristo.
Entre seus mistérios está a Caverna Hoq, que contém inscrições, desenhos e objetos arqueológicos de uma civilização antiga, e que se acredita ter sido um destino turístico na antiguidade.
O arquipélago é composto por quatro ilhas e tem cerca de 60 mil habitantes, com primeiros assentamentos datados de 3 mil anos atrás.
Socotra foi colônia portuguesa no século XVI, colônia britânica no início do século XX e, desde a independência do Iêmen em 1967, se tornou livre de colonizadores.
Socotra, uma ilha do Iêmen, abriga uma biodiversidade única com cerca de 825 espécies de plantas endêmicas e uma gama variada de animais que inclui répteis, invertebrados e vida marinha.
A ilha é famosa pelas árvores Sangue de Dragão, cuja seiva vermelha, altamente valiosa, possui diversos usos, desde a arte até a medicina, promovendo benefícios como cicatrizante e anti-inflamatório.
O contato crescente com o mundo exterior, facilitado pela construção de um aeroporto na ilha, ameaça essa biodiversidade única.
A crescente visitação turística trouxe consigo a introdução de espécies estrangeiras e a coleta de espécies nativas, desequilibrando a biodiversidade local.
Além disso, Socotra enfrenta os desafios de uma guerra civil no Iêmen desde 2015, considerada a pior situação humanitária atual pela ONU, com grande parte da população passando fome e sem moradia.
