Por que o transporte está cada vez mais complexo nessa região?
A ONU está solicitando a aprovação de mais embarcações sob o acordo de grãos do Mar Negro, conforme a demanda por grãos cresce. Desde 26 de junho, nenhum novo navio foi liberado para viajar para os portos do Mar Negro, conforme informado pela ONU.
Este acordo, alcançado em julho de 2022, estabelece que inspetores russos e ucranianos são responsáveis por liberar os navios para trânsito, com o objetivo de exportar grãos ucranianos. A Ucrânia acusa a Rússia de obstruir o tráfego marítimo.
Farhan Haq, vice-porta-voz do secretário-geral da ONU, expressou preocupação, pois mesmo com a apresentação de 29 solicitações ao Centro de Coordenação Conjunta em Istambul, nenhuma nova embarcação foi liberada. Segundo Haq, apenas 13 navios ainda estão na Iniciativa, carregando nos portos ucranianos ou em trânsito para Istambul.
Haq enfatizou que cada dia é crucial e sem a entrada de novos navios, mais de um milhão de toneladas de alimentos ficarão estagnadas até 17 de julho, data em que o acordo atual expira.
Para Haq, as partes envolvidas precisam assegurar a navegação de mais embarcações pelo corredor marítimo humanitário no Mar Negro, vital para a segurança alimentar global. Ele também apontou a chegada da temporada de colheita como um fator de urgência.
Apenas 2 milhões de toneladas de alimentos foram exportadas em junho, bem abaixo da capacidade portuária e da demanda do setor. O bloqueio de exportações de grãos da Ucrânia pela Rússia tem impacto direto no mercado global de alimentos, uma vez que a Ucrânia é uma grande fornecedora de grãos para o Programa Alimentar Mundial, representando significativas partes do mercado mundial de trigo, milho, cevada e óleo de girassol.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação já havia alertado que até 47 milhões de pessoas poderiam enfrentar insegurança alimentar aguda devido à guerra, com autoridades ocidentais acusando a Rússia de usar comida como arma.